A Biblioteca Marsh

Volte Ao Século Dezoito

A Biblioteca Marsh contém uma das mais importantes coleções de livros e manuscritos Europeus dos séculos XV ao XVIII. Foi a primeira biblioteca pública na Irlanda, tendo sido inaugurada em 1707. Nos últimos 300 anos o interior da biblioteca manteve-se inalterado, acolhendo visitantes de todo o mundo que vêm para admirar a sua arquitectura e respirar a atmosfera envolvente.

As vitrines espalhadas pela biblioteca contêm as nossas exposições atuais.  Os guias/ funcionários da biblioteca terão todo o gosto em fornecer informação acerca dela.

A Primeira Galeria

A Primeira Galeria contém 10,000 livros que pertenceram a Edward Stilligfleet, um proeminente clérigo dos finais do século XVII. Esta coleção é particularmente rica nas àreas de História, Direito, Ciência Política, Estudos Clássicos, e Ciências. O fundador da biblioteca, Narcissus Marsh comprou estes livros por £2,500 – uma soma exorbitante, na altura.

Os livros encontram-se ainda exactamente nas mesmas prateleiras onde foram colocados há três séculos atrás. Cada compartimento representa um tema diferente. Por exemplo o compartimento ‘J’ na Primeira Galeria à esquerda, antecedendo a porta de vidro, dispõe Atlas e Guias de Viagens. Em geral, os livros mais pesados encontram-se nas prateleiras inferiores. Os livros mais pequenos, geralmente alojados nas prateleiras superiores, tendem a abordar temas por tópicos ou obras controversas.

Antiga Sala de Leitura

Atravessando a porta, encontra-se a Antiga Sala de Leitura. Quando Bram Stoker aqui lia em 1866, e quando James Joyce nos visitou em 1902, sentaram-se nestas mesmas cadeiras. Hoje em dia, os leitores consultam os nossos livros e manuscritos numa sala de leitura 100%, no piso inferior.

Os livros na Antiga Sala de Leitura pertenceram ao primeiro bibliotecário da Biblioteca Marsh, Elias Bouhéreau, um Huguenote fugido à perseguição religiosa em França, em 1866. Bouhérou, a sua esposa e sete dos seus oito filhos escaparam do porto de La Rochelle.

Alguns dos livros nesta sala sofreram graves danos devido aos disparos de metralhadora ao longo da Revolta da Páscoa, em 1916.

A Segunda Galeria

A Segunda Galeria é mais estreita que a primeira e o teto não é abobadado. A orientação norte da fachada leva a que a temperatura desta galeria esteja sempre alguns graus abaixo do resto da biblioteca. O frio que sentimos ao entrar nesta galeria explicará talvez as persistentes histórias acerca da existência de um fantasma na biblioteca.

Do lado esquerdo da Galeria encontramos a coleção pessoal do Arcebispo Narcissus Marsh. Este foi um linguista de talento e a sua coleção é rica sobretudo em Hebreu, Árabe, Aramaico, Síriaco, e outras Línguas relacionadas. Marsh tinha também grande interesse no desenvolvimento científico do seu tempo, e por isso temos várias obras raras de Johannes Kepler, Tycho Brahe, Isaac Newton e muitos outros cientistas famosos. Quando Marsh faleceu os seus livros foram doados a esta biblioteca, mas a sua impressionante coleção de manuscritos orientais foi para a Biblioteca Bodleian, em Oxford.

Do lado direito da Galeria encontra-se a biblioteca pessoal de John Stearn, Bispo de Clogher. Este legado é de teor mais literário que as outras três coleções, incluindo um número surpreendente de peças de teatro e de poemas. É ainda a coleção com o maior número de obras relativas a assuntos da Irlanda. O resto das obras da biblioteca tem um foco marcadamente europeu.

Os recintos de leitura no final da Segunda Galeria eram áreas trancadas para que os leitores não roubassem os livros.

Uma concessão do Departamento de Turismo, Cultura, Artes, Língua Gálica, Desporto e Mídia é o que nos permite abrir a biblioteca ao público.

Há uma constante necessidade de preservar e restaurar alguns dos livros mais antigos e raros da biblioteca.  Embora alguns dos livros apenas precisem de pequenos restauros, outros necessitam de um trabalho substancial de recuperação e cuidado. Cada cêntimo deixado nas caixas de donativos da biblioteca será usado para preservar e conservar estas obras preciosas, permitindo salvaguardá-las para gerações futuras.

Todos os dias publicamos uma imagem das nossas coleções nas redes sociais. Ficará surpreendido com a beleza e peculiaridade dos livros e manuscritos que partilhamos online.